Comprei o livro
Jesus Freaks por DC Talk mês retrasado, e as histórias de pessoas que preferem morrer à negar Jesus me levaram a pensar sobre o quanto eu amo Jesus, e o que eu tenho feito por causa desse amor.
Ontem no culto tive o privilégio de conhecer um louco por Jesus ao vivo e a cores. O Missionário Miguel Zugger pregou na
nossa Igreja e compartilhou seu testemunho e suas experiências evangelizando os muçulmanos.
Ele viveu 32 anos sem Jesus. Cego pela religião, servindo à um deus desconhecido, atormentado por pensamentos terroristas que foram plantados na sua cabeça desde os 12 anos, quando usou um fuzil pela primeira vez. Mas foi no período em que estava trabalhando na Argentina, ao aceitar o convite de participar de um acampamento da Igreja Batista, que ele sorriu tanto que ficou com dores nos ossos do rosto. Porque um muçulmano é ensinado a não chorar porque é covardice, e a não sorrir porque é levianismo. E nesse acampamento ele sorriu, ele conheceu Jesus.
De terrorista palestino à batista fervoroso, Miguel Zugger abandona todas as armas e fuzis, em obediência ao chamado de Deus, para levar a palavra do Deus vivo ao seu povo na palestina. Pois grande é a dor do seu coração em ver o seu povo separado de Cristo, como sentia Paulo:
"Digo a verdade em Cristo, não minto, dando testemunho comigo a minha consciência no Espírito Santo, que tenho grande tristeza e incessante dor no meu coração. Porque eu mesmo desejaria ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne;" (Romanos 9:1)
Miguel contou que já foi preso 43 vezes por pregar as boas novas de salvação. As igrejas na palestina são clandestinas, ou seja, escondidas e secretas. Os cristãos são perseguidos, e dizer que você crê em Jesus significa ser banido da família e ser considerado traidor. Miguel pede oração pra que ele permaneça fiel à Deus independente das circunstâncias.
Você e eu temos liberdade de adorar à Deus e pregar a palavra, e o que estamos fazendo?Abaixo uma entrevista que achei na net procurando saber mais sobre esse ministério.
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Missionário M.Z. é preso na Jordânia acusado de uma atividade proibida no país: evangelizar. Pressionado a negar a fé, ele foi deportado ao Brasil.
Jornal de Missões - Há quanto tempo você e sua família estavam na Jordânia?M.Z.: Há sete meses. Nesse período eu estive na Palestina duas vezes dando assistência com cestas de alimento e apoio espiritual aos nossos irmãos que estão presos.
JM - Como e onde você realizava o seu trabalho missionário? Quem eram as pessoas que você alcançava?M.Z.: Na verdade, eu não escolhia lugares ou pessoas específicos, até porque, hoje, já não há divisão de classes entre o povo palestino; só há pessoas sofrendo. Então evangelizava nas ruas, nos táxis, nos carros de lotação e, claro, nas áreas onde podia ter acesso. Aproveitava as oportunidades para falar de Jesus, fosse na cidade, em campos de refugiados, nas aldeias. O meu ministério nessa área se expandiu bastante porque pude trabalhar não somente na Faixa de Gaza, como também em grande parte da Palestina. Houve muitas conversões nesse tempo.
JM - Como você entrava nos campos de refugiados?M.Z.: Depois de um tempo as próprias autoridades passaram a facilitar a minha entrada porque viram que realmente eu estava levando socorro para aquele povo sofrido. Mas nem sempre foi assim. Muitas vezes fui torturado por causa de uma caixa de alimentos ou um lote de bíblias que carregava comigo. Mas as necessidades são tantas que começaram a entender. Um policial me disse: ‘Gostaria que outros, como você, chegassem aqui para fazer esse trabalho; nós os autorizamos até mesmo a falar de Cristo, como vocês querem, mas por favor, cuidem de nós’.
JM - Como foi sua prisão agora?M.Z.: Estávamos em casa quando, por volta das 22h30, a campainha tocou. Ao abrir a porta, mais de 20 policiais invadiram a nossa casa de uma maneira muito brutal. Levamos um grande susto. Minha esposa estava dando comida para o nosso filho. Eles não deram nenhuma oportunidade para fazermos nada. Vasculharam tudo e encontraram bíblias, fitas, CDs com gravações evangelísticas e outros materiais. Mas, o momento que mais me chamou a atenção foi quando encontraram, na varanda, umas caixas com mais de 500 novos testamentos. Todos pularam em cima. Eu falei para não se preocuparem pois não havia armas ali. ‘Isto aqui’, disse o chefe da polícia secreta, apontando para os novos testamentos, ‘é pior do que armas’. E falou ainda: ‘Isto pode levantar uma guerra civil em nosso país, vocês estão aqui para provocar uma guerra’. Eu não entendia o que ele queria dizer. Então me levaram e apreenderam todo o material.
JM - E qual foi a acusação que pesou sobre você?M.Z.: Eu já esperava ser preso a qualquer momento, pois estava pregando o Evangelho. Só não imaginava que poderia ser da forma como foi, com a invasão do meu domicílio. Quanto a acusação, em nenhum momento me deram uma explicação oficial. Fui preso porque deixei de ser muçulmano e agora sou cristão e, além disso, estava evangelizando. O chefe de polícia disse que não há nada contra a Bíblia e os cristãos, até porque há igrejas na Jordânia. Ele falou que não podíamos era fazer o que vínhamos fazendo, ou seja, o trabalho missionário. Isto sim, segundo ele, é que os levaram a prender-me.
JM - Você acha que alguém o denunciou?M.Z.: Na verdade a polícia secreta conhecia bem o nosso trabalho, pois ela tem um sistema de informações fortíssimo na região. Não neguei que era missionário e me pressionaram muito sobre isso. Para as autoridades o fato de estar evangelizando muçulmanos é que pesou na hora da prisão. Hoje, não estou preocupado com quem nos denunciou e com aqueles que me acusaram. Como disse, eu estava esperando isso a qualquer momento, mas também devo dizer que nós trabalhávamos com muita prudência, à base de muita oração e da orientação de Deus.
JM - Você estava evan-gelizando um taxista e houve a suspeita de que fora ele ou um amigo dele quem o entregou. Isto pode ser verdade?M.Z.: Bem, eu não sei se foi exatamente isso. Realmente corríamos sempre risco, na medida em que falávamos com as pessoas. O taxista foi um milagre de Deus, não tive problemas com ele, pelo contrário, sempre vi que ele tomou uma decisão genuína. Com certeza não foi ele o autor da denúncia. A polícia já estava rastreando nossas atividades há muito tempo, desde que chegamos à Jordânia, porque quando eu passava para a parte de Israel, a polícia israelense também me fazia muitos interrogatórios. Parece que existe um trabalho conjunto entre as polícias dos países daquela região.
JM – Então você não era um desconhecido.M.Z.: Nos bairros próximos de nós todos já nos conheciam. No último Natal, muitas pessoas, que não eram cristãs, ligaram para nossa casa nos felicitando por essa data. Certa vez um policial me perguntou: ‘Quanto você pagou, ao bairro inteiro, para que as pessoas o tratem tão bem? Que tipo de artista é você para conquistar esse povo?’ As pessoas nos procuravam para pedir conselhos para seus problemas. Então louvo a Deus e agradeço a forma como Ele preparou muitos corações naquele lugar. A cidade inteira já conhecia o nosso testemunho. Sabiam que somos cristãos. Por tudo isso, hoje temos frutos tremendos na Jordânia. A conversão do taxista e de outras pessoas provam isso.
JM – Quanto tempo você ficou preso?M.Z.: Fiquei encarcerado durante quatro dias numa cela escura, de aproximadamente 1,5 m por 1,5 m, sem comida e sem receber sequer um copo d’água, sem saber se era dia ou noite, e totalmente incomunicável. Foi muito, muito duro.
JM - Você foi torturado? Houve pressão para você negar o nome de Jesus, como aconteceu outras vezes?M.Z.: Na verdade não me tocaram fisicamente, mas a tortura emocional foi tremenda. Quando me tiraram daquela cela escura, me levaram para uma sala a fim de fazerem novo interrogatório. Eu estava encapuzado. Não sabia onde estava pisando. Havia pessoas atrás de mim batendo uns ferros para me deixar ainda mais assustado. Quando cheguei ao local tiraram o capuz e vi que estava diante de autoridades. Primeiro me pediram para negar a Jesus. Houve humilhações. Às vezes me pressionavam dizendo que poderia acontecer alguma coisa com a minha família. Essa tortura foi a maior porque a minha maior preocupação era com a minha esposa e meu filho. Ninguém me dava informação deles. Depois insistiram para que seu negasse a Jesus, se assim o fizesse, estaria em liberdade. No último dia um juiz militar falou que eu tinha 48 horas de vida, pois seria condenado e fuzilado. Ele dizia: ‘Você sabe o que significa um muçulmano abandonar a sua religião’. Pela lei islâmica ele deve ser morto. Então, quando ele me disse: ‘É agora ou nunca. Você vai negar esse Jesus ou prefere ser fuzilado?’. Eu falei para ele: ‘O senhor já terminou sua acusação, o seu trabalho, senhor juiz? Porque a minha resposta vocês já conhecem perfeitamente’.
JM – O que aconteceu depois disso?M.Z.: Me levaram de volta para a cela. Naquele momento não consegui segurar minhas lágrimas porque estava voltando para aquele lugar escuro, sem saber o que poderia acontecer com a minha família. Nesse instante orei e, de repente, uma grande paz inundou meu coração. Falei então para o Senhor: ‘Agora posso estar contigo’. Minutos depois bateram à porta e jogaram a minha sacola. Falaram para eu trocar as roupas porque em cinco minutos estaria saindo dali. Entretanto, me levaram para uma cadeia pública. Ali pude experimentar a providência de Deus e entender por que Ele permitiu que eu passasse por tudo isso. Naquela prisão estavam mais de 30 muçulmanos estrangeiros, de todos os países do Oriente Médio e de alguns do Norte da África. Era gente do Egito, do Iraque, da Líbia, do Sudão, da Somália, do Senegal, do Quênia, do Marrocos. Imagine cada representante desses povos ouvindo a mensagem de salvação em Cristo.
JM - Como foram aqueles contatos?M.Z.: Um jovem me disse: ‘Eu procurava uma bíblia e de repente Deus manda um pastor para mim’. Esse rapaz e também um líder muçulmano, do Paquistão, se converteram. Este último me abraçou e pediu para que eu orasse por ele. Era um muçulmano fanático mas, no último dia, ele declarou que todas essas coisas que fizera em nome da sua religião não valeram nada na sua vida. Ele me disse: ‘Você foi torturado, e nós não passamos nem um segundo pela sua situação, e ainda assim você entra aqui alegre, fala do amor de Jesus, então senti que você está falando de uma relação pessoal com Deus’. Ele disse que estará à minha disposição e pediu para que eu o procurasse quando estivéssemos em liberdade. O seu endereço está comigo. Os próprios policiais, na hora do interrogatório, pediam para eu falar tudo de novo e quando chegava no momento de contar o meu testemunho, eles não queriam ouvir. ‘Mas não posso falar nada assim porque tudo está ligado à minha conversão’, eu dizia. Eles então foram obrigados a ouvir a minha história. Como eu ficava feliz com isto! E via os olhos dos policiais mexendo. Isso os incomodava. Para mim foi duríssimo passar por essa situação, mas louvo a Deus porque senti como, em todos esses momentos, fui instrumento nas mãos de Deus.
JM - Depois disso, você foi solto. Teve alguma condição para a sua libertação? Se você tivesse negado a Jesus, teria permanecido na Jordânia?M.Z.: Eles me pressionaram, mas eu não assinei nada atendendo aos pedidos deles para eu voltar atrás. Chegaram a me dizer: ‘Você teria a sua liberdade e muitas outras coisas porque nós conhecemos o teu passado e você poderia ser útil ao nosso país’.
JM - E como foi sua saída do país?M.Z.: Já estava tudo preparado para a minha deportação. Eu pedi para eles me deixarem ir à minha casa, pelo menos para arrumar as minhas coisas, mas nem isso permitiram. Disseram que eu teria de sair dali imediatamente. Não me deram nenhuma oportunidade para sair livremente da porta da prisão. Eu saí encapuzado e algemado, escoltado por policiais, e segui direto para o aeroporto, onde a minha esposa e meu filho já estavam me aguardando. No trajeto para o aeroporto, uma viagem de 45 minutos, os dois policiais que me levavam falaram que eu era louco, que poderia viver como eles, os muçulmanos, que não haveria problemas. Pude então testemunhar que a nova vida só é possível em Cristo. Eles ouviram mais uma vez a mensagem de salvação e pediram para eu falar versículos da Bíblia. Depois, lá no aeroporto, quando reencontrei minha esposa e meu filho, eles viram que o amor está presente na nossa família. Interessante é que eu deveria continuar sendo conduzido algemado, mas o policial responsável pela escolta disse o seguinte: ‘Tenho vergonha de fazer isso porque você é um homem diferente. Vou assumir essa minha atitude diante das autoridades, mas vou deixar você andar livremente’. Nesse momento, um deles falou para mim: ‘Estou muito feliz em ter conhecido você’. E nos levaram para dentro do avião.